Brasil registra o pior julho de queimadas em 20 an

Brasil registra o pior julho de queimadas

em 20 anos

o site agrofy.com.br publicou um artigo que o Brasil registrou em julho o maior número de queimadas para o mês em 20 anos. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o número de focos de calor no território brasileiro em julho foi de 22478.

A última vez em que houve um número tão alto no sétimo mês do ano foi em 2005 com 30.235. A Amazônia teve o pior julho de queimadas em duas décadas. Desde 2005, o sétimo mês do ano não registrava tanto fogo no bioma.

Foram 11434 focos de calor identificados por satélites, o mais alto número para julho desde os 1934 focos em 2005. Foi a primeira vez desde 2005 que julho terminou com mais de 10 mil focos de calor na Amazônia.

O número de focos de calor no bioma amazônico em julho de 11434 ficou muito acima da média histórica mensal de 6164. Em comparação, no ano passado julho se encerrou no bioma com 5772 focos, conforme os dados de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

A explicação para o elevado número de queimadas no bioma no último mês passa pelo estado do Amazonas. Os números do Inpe mostram que o Amazonas registrou em julho 4241 focos de calor, o mais alto número da série histórica do sétimo mês do ano, superando o recorde até então de julho de 2020 de 2119 focos de calor.

A média histórica de focos de calor de julho no estado do Amazonas é de 757. Assim, o último mês anotou 560% da média histórica de queimadas.

No Amazonas, todos os recordes mensais de fogo de março a outubro se deram entre 2019 e 2024 à medida que o Sul do estado é uma nova fronteira agrícola com desmatamento crescente e fogo.

Já o Pantanal, depois do mês de junho recorde de queimadas, enfrentou mais um mês com muito mais fogo do que a média em julho. O mês terminou com 1218 focos de calor, muito acima da média histórica de 441.

Em toda a série histórica, somente houve dois meses de julho com números piores: 2005 com 1259 focos de calor e 2020 com 1684.

Como será o clima em agosto?

Segundo a MetSul Meteorologia, o oitavo mês do ano é o terceiro e último do trimestre do inverno climático, a despeito da estação fria terminar pelo critério astronômico apenas na segunda metade de setembro. Gradualmente, alguns traços climático da primavera começam a aparecer.

O mês, assim, é o que costuma ter temperatura média mais alta no trimestre climatológico de inverno, sendo menos frio nas normais históricas que junho e julho.

Agosto é tradicionalmente um mês mais chuvoso ao Sul do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul, uma vez que o Paraná nesta época tem regime de precipitação que se aproxima mais do clima do Centro do Brasil com menos precipitação.

 

 

 

Diferentemente do ano passado, o clima neste agosto não terá a influência do El Niño que favorece excesso de chuva. Sob uma condição de neutralidade, como de agora, não há uma tendência predisposta para chuva acima ou abaixo da média e podem ocorrer sinais mistos.

A tendência é que agosto neste ano tenha precipitação perto ou acima da média na maioria das áreas do Sul do Brasil com maiores volumes de chuva no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas mesmo nestes dois estados a chuva pode ficar abaixo da média, como em pontos mais a Oeste e ao Sul.

No Paraná, chuva perto ou abaixo da média na maior parte do estado com chance de valores acima da média em locais próximos da costa.

No Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, a maioria das áreas deve ter um agosto com precipitação perto ou abaixo da média. Cidades situadas mais perto da costa em São Paulo e no Rio de Janeiro, contudo, podem registrar chuva perto ou acima da média.

 

 

O mesmo pode ocorrer em pontos do Leste de Minas Gerais enquanto a maior parte do estado mineiro seguirá com precipitação perto ou abaixo da média histórica.

Agosto é um mês de grande variabilidade térmica no Sul do Brasil com dias frios a muito frios e outros de temperatura alta é até calor. São normais radicais mudanças de temperatura em curto período em alguns dias gelados que, no passado, trouxeram até nevadas fortes.

No Centro-Oeste e em muitos locais do Sudeste, em especial os mais afastados da costa, o mês costuma ter muitos dias quentes pela estação seca. No Centro-Oeste, principalmente, como no Mato Grosso, são comuns muitos dias de excessivo calor com marcas perto ou acima de 40ºC.

Temperatura

A tendência no Sul do Brasil é de um mês de agosto sem frio persistente ou que possa se considerado frio. Não repetirá o absurdo agosto de 2012 com altíssima frequência de dias de calor e vários por demais quentes, mas terá jornadas de temperatura alta.

Desenha-se um mês mais ao Sul do Brasil em dois tempos. Grande parte da primeira metade do mês deve ser mais quente com alguns dias de calor, até forte para esta época do ano, ao passo que perto da metade do mês, entre a segunda e a terceira semana, e em parte da segunda quinzena, podem ser registrados dias mais frios.

No final do mês, poderia voltar a aquecer na última semana. No começo do mês, na primeira semana de agosto, uma massa de ar muito quente vai se instalar no Nordeste da Argentina, Sul do Brasil e no Paraguai, o que vai trazer dias de temperatura muito alta no Sul do Brasil.

Centro-Oeste vai ter um agosto de temperatura acima a muito acima da média. Deve ser esperado um elevado número de dias de temperatura muito alta, por exemplo, em Campo Grande. Em Cuiabá, a frequência de dias com temperatura perto ou acima de 40ºC será elevada.

No Sudeste, o calor será sentido com mais força durante o mês no interior de São Paulo e no Oeste de Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, com dias de muito baixa umidade e temperatura bastante alta, alguns excessivamente quentes.

Na costa do Sudeste e áreas próximas, como a cidade de São Paulo, a temperatura terá maior variabilidade com o ar seco favorecendo noites frias e tardes quentes.

Ao menos um pulso de ar mais frio no Sul do Brasil deve trazer alguns dias de temperatura mais baixa no Leste do Sudeste do Brasil no decorrer do mês, possivelmente na segunda quinzena.

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